❌ 10 Erros que fazem seu artigo ser rejeitado

Descubra os principais erros que levam à rejeição de artigos científicos e saiba como evitá-los para aumentar suas chances de publicação em periódicos de alto impacto.

Greguy Looban

7/16/20256 min read

Introdução

Publicar um artigo científico é o objetivo de muitos pesquisadores, mas o caminho até a aprovação pode ser cheio de obstáculos. A taxa de rejeição em revistas científicas de alto impacto pode ultrapassar 70%, e grande parte dessas recusas se deve a erros que poderiam ser evitados.

Não estamos falando apenas de dados ruins ou resultados inconclusivos, muitos artigos são rejeitados por falhas simples de estrutura, linguagem ou alinhamento com a revista. Neste artigo, você vai conhecer os principais erros que levam à rejeição de um manuscrito e aprender estratégias práticas para evitá-los, aumentando suas chances de sucesso na próxima submissão.

🎯 1. Escolher a revista errada

Um dos erros mais comuns e fatais é submeter seu artigo a uma revista que não tem interesse pelo seu tema. Cada periódico tem um escopo específico, com temas, abordagens e metodologias preferidas.

Muitos autores ignoram essa etapa e enviam o manuscrito “às cegas”, o que resulta em uma rejeição imediata, sem sequer passar por revisão por pares.

Antes de submeter, leia as instruções aos autores e examine os artigos publicados recentemente. Pergunte a si mesmo: meu artigo tem a ver com o que essa revista costuma publicar?

Aproveite para ler nosso artigo sobre as bases de dados que vão te ajudar a escolher a revista ideal, AQUI!

📏 2. Ignorar as normas da revista

Formatar o artigo fora do padrão exigido pela revista demonstra falta de cuidado e pode gerar uma má impressão logo de início. Revistas científicas geralmente indicam regras detalhadas sobre formatação de referências, extensão do texto, estrutura do manuscrito, uso de gráficos e até estilo de linguagem.

Ignorar essas diretrizes pode levar à rejeição por critérios técnicos, mesmo que o conteúdo seja bom. Adapte seu manuscrito cuidadosamente e, se possível, use checklists fornecidos pela própria revista e certifique-se de segui-lo a risca.

😵 3. Título e resumo mal escritos

O título e o resumo são as primeiras (e muitas vezes únicas 😝) partes lidas pelos editores e revisores. Um título genérico, longo demais ou vago pode desestimular a leitura. Um resumo mal estruturado, que não explica claramente os objetivos, métodos, resultados e conclusões, pode passar a impressão de que o artigo não tem conteúdo relevante. Dê atenção especial a essas seções: elas devem ser claras, objetivas e atrativas.

Lembre-se: o resumo é o “cartão de visita” do seu artigo.

Aproveite para ler nosso artigo sobre a escrita científica que vai te ajudar a otimizar sua escrita, AQUI!

❌📚 4. Problemas de linguagem e gramática

Erros de português (ou de inglês, no caso de revistas internacionais) são muito mal vistos. Um texto com falhas gramaticais, frases confusas ou uso inadequado de termos técnicos prejudica a compreensão e transmite amadorismo.

Isso vale especialmente para pesquisadores brasileiros que publicam em inglês sem revisar adequadamente. Utilize revisores profissionais ou ferramentas de IA com verificação linguística especializada. Um texto bem escrito valoriza sua pesquisa e facilita o trabalho dos avaliadores.

🚫 5. Introdução genérica e sem justificativa

Uma introdução vaga, que não contextualiza o problema ou não demonstra a relevância da pesquisa, é um sinal de alerta para os editores.

O leitor precisa entender claramente, 2 questões:

1° Por que esse estudo é importante?

2° Qual lacuna ele pretende preencher?

OBS: Percebe que o sucesso de sua publicação depende muito da revisão de literatura que você fez lá atrás? Portanto, não subestimem esta etapa, ela pode garantir o sucesso ou o fracasso do seu artigo.

Muitos autores falham em apresentar uma revisão de literatura sólida e atualizada, que fundamente o objetivo do trabalho. Invista tempo em uma introdução bem construída: ela é o alicerce do seu artigo.

🔍 6. Objetivos confusos ou mal definidos

Se o leitor não entende claramente qual é o objetivo do estudo, ele dificilmente vai seguir adiante com entusiasmo. Um erro comum é escrever objetivos genéricos, como “avaliar os efeitos de X em Y”, sem explicar o porquê, como e em que contexto. Outro problema é não alinhar os objetivos com os resultados e conclusões isso enfraquece a coesão do artigo. Seja direto, específico e mantenha o foco do início ao fim.

⚠️ 7. Métodos mal descritos ou inadequados

A seção de métodos é um dos pontos mais críticos do artigo. Muitos manuscritos são rejeitados porque os métodos utilizados são frágeis, mal justificados ou mal descritos. A pesquisa precisa ser replicável: isso significa que qualquer outro cientista deve conseguir repetir seu experimento com base nas informações fornecidas. Não esconda detalhes, e justifique as escolhas feitas: amostragem, instrumentos, análises estatísticas... tudo precisa estar claro 😉.

📊 8. Resultados bagunçados ou mal apresentados

Agora, aqui é um ponto crítico que muitos não dão a devida atenção. Apresentar dados sem lógica, com excesso de tabelas, figuras repetitivas ou ausência de análise estatística relevante compromete seriamente a qualidade do artigo.

🧠 9. Discussão fraca ou superficial

Na discussão, o autor deve interpretar os resultados, compará-los com a literatura e explicar suas implicações. Muitos artigos são rejeitados porque essa seção é rasa, sem reflexão crítica, ou então se limita a repetir os resultados com outras palavras.

Um bom artigo vai além do óbvio: ele mostra o que os dados significam e como contribuem para o avanço do conhecimento. Conecte seus achados com teorias, estudos anteriores e possíveis aplicações práticas.

Procure autores uqe não só corroborem com seus dados, mas que também tenham dados diversos ou até mesmo diferentes dos seus e construa uma discussão bem fundamentada defedendo seus dados e esclarecendo as divergencias, isso dará mais clareza ao revisor e demonstra que você realmente fez o dever de casa.

📚 10. Referências desatualizadas ou mal formatadas

Usar fontes antigas, sem relevância ou mal formatadas é um erro que demonstra desatenção e falta de atualização. Os revisores esperam que você esteja a par dos avanços mais recentes na área.

Priorize artigos publicados nos últimos cinco anos e que tenham boa reputação (revistas com bom JCR ou Scopus). Além disso, siga o estilo de citação exigido pela revista ABNT, APA, Vancouver, etc. com precisão. Ferramentas como Mendeley ou Zotero podem ajudar.

✅ Conclusão: Como evitar a rejeição?

Evitar a rejeição do seu artigo passa por uma simples regra: respeite o processo. Leia cuidadosamente as diretrizes da revista, escreva com clareza, justifique bem cada parte do seu trabalho e revise tudo antes de submeter.

Considere pedir a leitura crítica de colegas e, se possível, invista em uma revisão profissional. Lembre-se: publicar é um exercício de comunicação científica, e comunicar-se bem é tão importante quanto obter bons dados.

Referências

  • Gasparyan AY, Ayvazyan L, Kitas GD. Peer review and manuscript rejection. Journal of Korean Medical Science, 2015.

  • Elsevier Researcher Academy. Top reasons for journal rejections.

  • Day RA, Gastel B. How to write and publish a scientific paper. 8ª ed. Cambridge University Press, 2016.

  • Björk B-C. The open access movement at a crossroad: Are the big publishers and academic social media taking over? Learned Publishing, 2017.

  • J.C. Franchini et al. Desempenho da soja em consequência de manejo de pastagem, época de dessecação e adubação nitrogenada. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.50, n.12, p.1131-1138, dez. 2015

  • Ro et al. Regional and strain-level prevalence of nitrogen-fixing Bradyrhizobiumwith potential N2O reduction in South Korea Applied Biological Chemistry (2025) 68:29

Os resultados devem ser objetivos, organizados e alinhados com os objetivos do estudo. Gráficos precisam ser legíveis, com legendas claras. Evite “encher linguiça” com dados irrelevantes: destaque apenas o que realmente responde às perguntas da pesquisa.

J.C. Franchini et al. Desempenho da soja em consequência de manejo de pastagem, época de dessecação e adubação nitrogenada. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.50, n.12, p.1131-1138, dez. 2015

Ro et al. Regional and strain-level prevalence of nitrogen-fixing Bradyrhizobiumwith potential N2O reduction in South Korea  Applied Biological Chemistry (2025) 68:29

🔍 Você consegue perceber a diferença entre os dois exemplos ao lado?


No primeiro, os dados são apresentados de forma tradicional, com um visual pouco atrativo e sem destaque para os pontos principais. A leitura se torna cansativa e visualmente poluída, dificultando o entendimento imediato das informações.

Já no segundo exemplo, os resultados são organizados de forma ilustrativa, clara e visualmente mais agradável. A apresentação é detalhada, com elementos gráficos que facilitam a interpretação e valorizam os dados obtidos.

💡 E isso faz diferença: as revistas científicas geralmente valorizam autores que sabem apresentar seus resultados de forma limpa, organizada e visualmente clara. Um layout bem pensado transmite profissionalismo e facilita o trabalho dos avaliadores — o que pode, sim, influenciar positivamente no parecer editorial.