📊🧠 Novas regras do Qualis CAPES: entenda os critérios atualizados para avaliação de revistas científicas (2025)
Entenda as novas regras do Qualis CAPES e como a avaliação de revistas científicas mudou. Veja os critérios adotados e como isso afeta sua publicação.


Introdução
O sistema Qualis CAPES passou por uma reformulação profunda nos últimos anos, especialmente a partir da Avaliação Quadrienal 2017–2020. O novo modelo trouxe critérios mais objetivos, alinhamento com padrões internacionais e um esforço maior de transparência e padronização entre as áreas. Para quem está na pós-graduação ou pretende publicar em periódicos científicos, entender essas mudanças é essencial. Neste artigo, você vai descobrir quais são as novas regras do Qualis CAPES, como os periódicos são avaliados agora, e o que isso muda na prática para autores, programas de pós-graduação e a ciência brasileira como um todo.
🧾 O que é o Qualis CAPES?
O Qualis é o sistema utilizado pela CAPES para classificar os periódicos em que os pesquisadores brasileiros publicam. Essa classificação é usada na Avaliação dos Programas de Pós-Graduação, feita a cada quatro anos (avaliação quadrienal), e influencia diretamente a nota dos programas.
Até 2020, cada área da CAPES tinha liberdade para adotar critérios próprios, o que gerava inconsistências entre áreas. Uma revista considerada A1 em uma área podia ser B2 em outra, mesmo com o mesmo fator de impacto. Para resolver isso, a CAPES desenvolveu o modelo chamado Qualis Referência, com métrica única como base inicial para todas as áreas.
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📌 O que mudou no novo Qualis?
A principal mudança foi a adoção de indicadores bibliométricos padronizados como ponto de partida para a classificação dos periódicos. A CAPES agora usa métricas internacionais de impacto, tais como:
CiteScore (Elsevier/Scopus)
Fator de Impacto (JCR)
SJR (SCImago Journal Rank)
Índice H5 (Google Scholar Metrics)
Essas métricas passaram a servir como base comum, permitindo uma comparabilidade entre áreas e maior alinhamento com padrões globais.
Além disso, o novo sistema trouxe transparência no processo de classificação, com divulgação pública dos critérios e pesos utilizados.
🧠Quais são os critérios de avaliação?
A avaliação de periódicos no novo Qualis leva em conta quatro dimensões principais, cada uma com diferentes pesos e critérios definidos por cada área de avaliação:
📊 1. Métricas de Impacto Bibliométrico (base comum)
Essa dimensão considera os indicadores objetivos já mencionados. Cada periódico é analisado com base no melhor indicador disponível entre:
CiteScore (Scopus)
Fator de Impacto (JCR/Clarivate)
SJR (SCImago)
H5-index (Google Scholar)
A CAPES usa a posição relativa do periódico na sua área temática internacional, transformando esses indicadores em um percentil, o que permite criar uma escala de A1 a C.
🔍 2. Indexações relevantes
Quanto mais bases reconhecidas uma revista estiver indexada, maior sua pontuação. As bases mais valorizadas incluem:
Scopus
Web of Science (WoS)
PubMed
SciELO
DOAJ
Revistas não indexadas ou com indexações obscuras tendem a ser mal avaliadas.
✍️ 3. Fatores de avaliação qualitativa
Essa dimensão envolve critérios editoriais e técnicos, como:
Regularidade de publicação
Qualidade da avaliação por pares
Diversidade geográfica dos autores e pareceristas
Taxa de rejeição
Presença de DOI
Boas práticas editoriais
Esses dados são fornecidos pela própria revista ou colhidos da plataforma.
🎯 4. Relevância para a área específica
Mesmo com boa avaliação técnica e impacto, a revista pode ser mal classificada se não for considerada relevante para a área. Por exemplo, uma revista de microbiologia pode ter alto impacto, mas ser considerada de baixa relevância para programas de Educação ou Direito, caso publique pouco conteúdo relacionado.
Cada área da CAPES define listas de revistas prioritárias, com base na afinidade temática e na produção histórica dos programas.
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📈Como funciona a classificação final?
A classificação não é arbitrária: ela resulta de uma combinação ponderada das quatro dimensões principais do novo Qualis (impacto bibliométrico, indexações, critérios qualitativos e relevância para a área). A seguir, entenda o que cada estrato representa, e o que uma revista precisa apresentar para ser enquadrada em cada nível.
🥇 A1 — Excelência total: impacto, relevância e rigor editorial
Esse é o nível mais alto do Qualis, reservado apenas às revistas que atendem a critérios rigorosos em todas as dimensões avaliadas:
Alto impacto internacional (top 10% nas métricas bibliométricas da área)
Indexação em bases renomadas como Web of Science, Scopus, PubMed ou SciELO
Relevância temática direta e histórica para a área de avaliação
Alta taxa de rejeição, avaliação por pares formal e editorial comissionado
Publicação regular e pontual, com DOI, ORCID e boas práticas editoriais
Revistas A1 são geralmente Q1 ou Q2 no JCR ou Scopus, possuem prestígio consolidado e são estratégicas para programas que almejam notas 6 e 7 na CAPES.
🥈 A2 — Alta qualidade, mas com pequenos desvios
O estrato A2 reúne revistas que apresentam excelente desempenho, mas que não atingem o mesmo nível de excelência global das revistas A1. Exemplos de pequenas diferenças que fazem uma revista cair para A2:
Estão no percentil 60%–90 das métricas de impacto da área
Indexadas em grandes bases, mas com menor alcance internacional
Possuem menor diversidade institucional ou geográfica de autores
Têm boa qualidade editorial, mas com menor taxa de rejeição
Apesar disso, revistas A2 ainda são altamente valorizadas na pós-graduação e fortalecem bastante o currículo do autor e do programa.
🟨 B1, B2, B3... — Escalas intermediárias de qualidade
Os estratos B1 a B5 são usados para classificar revistas com qualidade moderada ou limitada, mas que ainda são aceitas pela área de avaliação como veículos científicos válidos. Aqui, os critérios costumam ser:
Baixo impacto nas métricas bibliométricas (percentis abaixo de 50%)
Indexação em bases menos seletivas ou apenas em repositórios regionais
Publicações com escopo restrito ou sem alinhamento internacional
Editorial menos estruturado ou revisão superficial dos artigos
⚠️ Uma revista B1, por exemplo, pode ter boa qualidade técnica, mas não ser amplamente citada. Já uma B3 pode apresentar problemas recorrentes de regularidade, baixa visibilidade e impacto quase nulo.
🔍 Atenção: algumas áreas desdobram esses estratos para se adequar à realidade da produção científica local especialmente nas Humanidades e Ciências Sociais, onde a densidade de periódicos internacionais é menor.
🚫 C — Revistas não recomendadas ou sem critérios mínimos
Esse é o nível mais baixo do Qualis, reservado a revistas que:
Não possuem avaliação por pares clara
Não estão indexadas em nenhuma base relevante
Têm práticas editoriais duvidosas ou irregulares
Publicam sem revisão técnica ou com escopo não científico
Na prática, revistas classificadas como C não contribuem para a pontuação do programa de pós-graduação e podem prejudicar a avaliação se utilizadas com frequência.
❗Importante: a classificação “C” também pode incluir periódicos predatórios, que cobram taxas abusivas e publicam qualquer conteúdo sem avaliação real.
🎓 Qual é o impacto disso para pesquisadores e programas?
Essas mudanças visam:
Desincentivar publicações em revistas predatórias
Valorizar revistas de maior impacto e reconhecimento
Alinhar a produção científica brasileira com padrões internacionais
Melhorar a comparabilidade entre áreas na Avaliação da CAPES
Para os autores, isso significa que agora publicar em uma revista mal classificada pode prejudicar o programa ao qual está vinculado. Já para os programas de pós-graduação, a nova avaliação obriga um cuidado redobrado na estratégia de publicação dos docentes e discentes.
🔎 Como consultar o novo Qualis?
Você pode verificar a classificação atualizada dos periódicos diretamente na Plataforma Sucupira:
➡️ https://sucupira.capes.gov.br/sucupira
No menu "Consulta", escolha “Periódicos”, selecione sua área de avaliação e filtre por ISSN, nome do periódico ou estrato desejado.
🧠📘 Conclusão: entender o Qualis é estratégico para sua carreira científica
As novas regras do Qualis CAPES tornam o sistema mais transparente, técnico e alinhado com padrões internacionais. Mas exigem, também, mais atenção e estratégia de quem publica. Não basta escrever bem e ter bons resultados: agora é fundamental escolher revistas qualificadas, evitar periódicos sem indexação ou com práticas duvidosas, e alinhar sua produção com os critérios de qualidade exigidos por sua área.
🔍 Antes de submeter seu artigo, pergunte-se:
A revista está indexada em boas bases?
Ela possui métricas de impacto?
É reconhecida pela minha área de avaliação?
Essas respostas podem fazer a diferença entre fortalecer seu currículo ou comprometer a nota do seu programa.
Referências
CAPES. Documento de Área - Avaliação Quadrienal 2017–2020
Plataforma Sucupira – https://sucupira.capes.gov.br
Relatórios Técnicos de Área – CAPES
Portaria CAPES nº 145/2019
FAQ sobre o Qualis Referência – CAPES