🌍 Como publicar em revistas internacionais mesmo sem bolsa CAPES

Descubra estratégias práticas e acessíveis para publicar seu artigo em periódicos internacionais, mesmo sem financiamento da CAPES ou outras agências.

Greguy Looban

7/16/20255 min read

Introdução

Publicar em uma revista internacional de alto impacto é o sonho de muitos pesquisadores brasileiros. No entanto, quando não se tem uma bolsa da CAPES, CNPq ou FAPs, esse sonho parece mais distante principalmente por conta dos custos de publicação, revisão por pares em inglês, e acesso restrito às bases de dados pagas. Mas a boa notícia é que é absolutamente possível publicar em revistas internacionais mesmo sem financiamento institucional. Neste artigo, vamos mostrar como você pode superar essas barreiras com estratégia, criatividade e as ferramentas certas. Publicar no exterior sem apoio financeiro não é apenas uma realidade é uma oportunidade para destacar sua autonomia e competência científica no cenário global.

1. Busque revistas internacionais que não cobram taxas (No APC) 💸

Muita gente acredita que todas as revistas internacionais cobram Article Processing Charges (APCs), mas isso é um mito. Diversos periódicos de alto nível operam com modelos de acesso aberto subsidiados por universidades, sociedades científicas ou governos.

Você pode encontrar essas revistas em diretórios como o DOAJ (Directory of Open Access Journals), que permite filtrar revistas sem cobrança de APC. Além disso, várias revistas do grupo Springer, Wiley e Taylor & Francis oferecem isenção para autores de países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Basta verificar na seção “Waivers and Discounts” da política editorial.

2. Escreva em inglês com o apoio de ferramentas gratuitas e acessíveis 🇺🇸

A barreira do idioma ainda é um obstáculo para muitos autores brasileiros. Contratar uma revisão profissional pode custar caro, mas há soluções eficazes e gratuitas. Ferramentas como Grammarly, DeepL Write e LanguageTool ajudam a melhorar a qualidade do texto científico em inglês.

Para estruturas mais formais, sites como o Hedging Language Bank e repositórios como o Academic Phrasebank (University of Manchester) são verdadeiros tesouros. Além disso, pedir ajuda a um colega que tenha fluência em inglês ou participar de grupos de revisão colaborativa pode ser uma alternativa gratuita e eficiente.

3. Use instituições e universidades como rede de apoio acadêmico 🎓

Mesmo sem uma bolsa ativa, você ainda pode utilizar recursos da sua universidade, como bibliotecas virtuais, acesso a bases de dados e orientadores com experiência em publicação internacional. Algumas instituições oferecem serviços de tradução, revisão textual ou convênios com periódicos estrangeiros.

Se você é egresso, aluno de pós-graduação ou colaborador em um grupo de pesquisa, verifique com a biblioteca ou coordenação de pesquisa quais serviços estão disponíveis. Muitas vezes, esses recursos estão subutilizados por falta de divulgação.

4. Evite revistas predatórias e saiba onde publicar com segurança 🚫📉

Já abordamos aqui antes, mas não custa relembrar 😉Na tentativa de publicar rápido e barato, muitos autores acabam caindo em armadilhas: as revistas predatórias. Esses periódicos geralmente cobram taxas, não passam os artigos por revisão rigorosa e têm baixa credibilidade.

O risco é alto: além de comprometer sua reputação, você pode perder direitos autorais e ter seu artigo desqualificado em avaliações acadêmicas. Para evitar isso, consulte listas confiáveis como o DOAJ e verifique o indexador da revista (Scopus, Web of Science, PubMed, etc.). Plataformas como Journal Finder (Elsevier) e JANE (Journal/Author Name Estimator) ajudam a encontrar revistas legítimas com base no resumo do seu artigo.

5. Explore redes de colaboração internacional 🌐

Publicar sozinho é mais difícil. Uma estratégia eficaz é buscar colaborações com pesquisadores estrangeiros que já têm experiência com revistas internacionais. Você pode encontrá-los em congressos virtuais, fóruns acadêmicos, grupos de pesquisa no ResearchGate ou até via LinkedIn. Ao colaborar, você não apenas divide as tarefas, mas também ganha acesso a bibliografia mais ampla, revisão linguística natural por parte do coautor estrangeiro e, em alguns casos, à infraestrutura institucional deles — o que facilita submissão e publicação. Mesmo sem bolsa, ter uma boa rede de contatos pode abrir portas valiosas.

🌍📚 6. Construa uma introdução global, não regional

Revistas internacionais valorizam temas e abordagens que interessem a um público mais amplo. Isso significa que sua introdução precisa ir além do contexto local e mostrar como o seu estudo dialoga com uma questão científica de escala internacional. Ao invés de iniciar com “No Brasil...”, tente começar com “Em regiões tropicais…” ou “Sistemas agrícolas de países em desenvolvimento…”. Essa linguagem amplia o alcance do seu artigo e mostra que ele contribui para debates científicos que transcendem fronteiras.

🔬📈7. Foque em metodologias sólidas e resultados bem discutidos

Não adianta escrever bem se o conteúdo não é robusto. Para publicar fora do país, o rigor metodológico precisa ser impecável. Isso inclui: escolha adequada do delineamento experimental, controle de variáveis, uso correto de estatísticas e apresentação clara dos dados. A discussão deve interpretar os resultados à luz da literatura internacional, e não apenas nacional. Quanto mais você se baseia em estudos globais e compara seus achados com outros contextos, mais relevante seu artigo se torna para revistas internacionais.

📑8. Participe de editais que oferecem apoio à publicação

Mesmo que você não tenha bolsa, ainda pode participar de chamadas específicas que financiam taxas de publicação ou tradução. Universidades, fundações estaduais (como a FAPESP, FAPERJ ou FAPEAM) e até agências internacionais publicam editais voltados à publicação científica. Fique atento a esses editais nos sites das pró-reitorias de pesquisa ou via grupos acadêmicos. Às vezes, o apoio é parcial — cobrindo apenas a taxa de tradução, por exemplo — mas já é uma ajuda significativa.

📖 9. Aprenda com artigos já publicados na revista-alvo

Antes de submeter, leia com atenção outros artigos publicados na revista em que você deseja publicar. Isso ajuda a entender o tom, a estrutura e o nível de profundidade exigido. Analise os tópicos mais frequentes, o estilo da discussão e até como os dados são apresentados. Modelar seu artigo com base nos que já foram aceitos aumenta significativamente suas chances de aprovação, mesmo sem ter apoio institucional. É uma forma estratégica de “falar a mesma língua” da revista.

📬10. Prepare uma boa carta de submissão (Cover Letter)

A carta de submissão é o seu primeiro contato com o editor. Um texto claro, objetivo e educado pode causar uma excelente primeira impressão. Apresente brevemente o título do artigo, o objetivo principal, sua originalidade, e explique por que ele é adequado para aquela revista. Mesmo sem bolsa, demonstre comprometimento com a qualidade científica. Lembre-se: editores gostam de autores que demonstram seriedade, clareza e domínio do que estão submetendo.

🚀Conclusão: Publicar fora é possível e pode ser o diferencial da sua carreira

Não ter uma bolsa CAPES ou apoio financeiro não é mais desculpa para ficar de fora da ciência internacional. Com planejamento, ferramentas digitais e uma boa estratégia de escrita e submissão, é perfeitamente possível colocar seu artigo em uma revista internacional de peso. Mais do que isso: é uma forma de mostrar ao mundo que a ciência brasileira é resiliente, criativa e capaz de alcançar excelência mesmo com poucos recursos. O caminho pode ser mais trabalhoso, mas o reconhecimento e o impacto valem cada esforço.

Referências